Revigorar, renovar e mudar a Pastoral Juvenil é um dos objectivos do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil que esteve reunido este fim-de-semana, em Fátima, para avaliar algumas actividades e programar outras. Em declarações à Agência ECCLESIA, D. Ilídio Leandro, elemento da Comissão Episcopal Laicado e Família, sublinha que em relação ao «Fátima Jovem» se caiu “num estilo que por um lado se repete e não traz novidade. Cansou. Criar novidade e inovar é difícil, mas é isso que os jovens nos pedem”.
Conhecedor do mundo juvenil – o actual bispo de Viseu esteve oito anos à frente dos jovens na desta diocese e um ano a trabalhar no Departamento Nacional –, D. Ilídio Leandro aponta pistas: “Acredito que o inovar é deixar que os jovens façam o seu «Fátima Jovem»”.
O Pe. Pablo Lima, director do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ), afirma que o «Fátima Jovem» é uma “referência incontornável” para a Pastoral Juvenil em Portugal devido “à adesão e ao nome”.
Ao fazerem uma peregrinação ao santuário de Fátima, os jovens “encontram-se”, mas o motivo deve ser o tema proposto. “Não se deve colocar muitas actividades”. O «Fátima Jovem» caiu em descrédito devido a alguns episódios nocturnos. O bispo de Viseu afirma que a vivência de “uma noite diferente é positiva”, mas “não podemos cair numa linha de marginalidade”. Se os jovens vêm a Fátima para viver a noite, “não faz sentido” o «Fátima Jovem». Apostar num dia cheio “talvez seja a opção que corresponda a todos os valores que o «Fátima Jovem».
No domínio das alterações, D. Ilídio Leandro reconhece também que a Eucaristia deve ser celebrada noutros moldes. “Manter a Eucaristia integrada na peregrinação habitual do primeiro fim-de-semana de Maio penso que não vale a pena”. “Deve-se mudar o local ou a hora” – acrescenta.
Para o próximo ano, este encontro magno de jovens “está dependente da viagem do Papa a Portugal”. Se Bento XVI se encontrar com os jovens e casais – “esperamos que possa acontecer” – o bispo de Viseu frisa que ter o Fátima Jovem, a 1 e 2 de Maio, e depois apelar-lhes para que estejam com o Papa, dia 12 e 13 do mesmo mês, “não tem sentido”.
A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) a realizar na capital espanhola (Madrid), em 2011, irá mobilizar os jovens portugueses. D. Ilídio Leandro pede empenhamento e que “seja vivida por todos os jovens em Madrid ou nas suas dioceses”. A JMJ deverá ser o grande itinerário dos jovens portugueses.
A formação programada é essencial, mas deve “partir dos próprios destinatários”. Estes devem “ser os autores e sujeitos” da sua própria formação – acentua o vogal da Comissão Episcopal Laicado e Família. “É na consciência de cada jovem que se faz o encontro: com Deus e com os valores”. Nesta linha, o itinerário deve “apostar nos jovens e nos valores” – admite.
O itinerário de formação juvenil tem sido objecto de muita reflexão. Ainda não se chegou “a nenhuma conclusão, mas as dioceses dizem que é necessário porque há uma quebra de jovens após os 10 anos de catequese” – esclareceu o Pe. Pablo Lima.
A pastoral juvenil “está sempre a recomeçar”, no entanto “não tem sido fácil a caminhada em conjunto entre as dioceses” – lamenta o director do DNPJ.
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